terça-feira, novembro 26, 2013

A irmã

Eu a tive
antes de a ver
e a terei
depois de morrer.
Vivemos nos mesmos lares –
primeiro, naquele inaugural,
sem paredes,
uma de cada vez;
depois noutro
com paredes, juntas.
Devagar, saímos,
como galhos
em direções exclusivas 
que partilham,
entretanto,
a mesma raiz e sua seiva.
Não é só sangue:
há esforço entre nós,
cimento de lágrimas
e perdões.
Esse percurso visceral
criou o último lar:
um pacto incancelável
que subjuga a morte.
A Debe, minha irmã, e as conseguintes
metonímias. E a Jéssica e Isabelle.